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a distância entre eu, você & onde a gente quer chegar. o lugar
mais longe daqui é a coreografia de um rolê como tantos outros
caminhos que percorremos para comunicar com aquilo que está
por perto e o que nem tanto.

O LUGAR MAIS LONGE DAQUI é um acontecimento em dança contemporânea que apresenta na sua composição a tentativa de descrever a matéria de um percurso. o que existe dentro do espaço entre uma coisa & outra, um lugar & outro.
 

a partir do estudo da caminhada enquanto procedimento para revelar dança, como se a mobilidade básica do corpo fosse o dado bruto mais claro do movimento, a peça atravessa o espaço para falar dele próprio.
 

através da combinação de energias de um bando que se desloca e do isolamento das identidades desse mesmo bando - quando uma pessoa resolve se distanciar para observar & ser observado a enviar sinais para os outros - ‘o lugar mais longe daqui’ pretende perceber como se comunicam tantos códigos internos e externos dentro de um deslocamento.

 

Stefanie Bertholini 2018 - Estudos para a Rolê (1).jpg

 

/// história


o trabalho surgiu no início de 2017 quando josé artur iniciou formação de dança contemporânea para profissionais de danças urbanas na escola dept cult, em santo amaro SP.
 

‘o lugar mais longe daqui’ é a frase que hermila, personagem do filme ‘o céu de suely’ (2006), de karim ainouz, fala quando vai à rodoviária da sua cidade e pede uma passagem para sair dali.
 

ela quer se distanciar daquele lugar, se aproximar de outro, ela quer fugir, viajar, ela quer somente ir. nesse mote estamos, obra, elenco & coreógrafo, espaço físico, instituição escolar, movimentos sociais & políticos, nossos desejos a querer ir para algum lugar, que sabemos qual ou não.
 

do ponto de vista do movimento, o espaço entre dois pontos
é o que separa um do outro em um trajeto. logo, parece uma condição da corporeidade estar constantemente a sair de um lugar a outro, de mover-se à procura de alguma conclusão, da resolução de algum fato de pequena ou grande escala.

 

o espaço ‘entre’, aquilo que há de intermédio entre a saída e a chegada, adquiri assim um imenso potencial criativo, uma zona confortável mas pouco observada. esta pesquisa foca na identidade deste espaço [entre] – cheio/preenchido, vazio/inerte.

no vocabulário da cidade rolê é a palavra que orienta o cotidiano daqueles que a habitam, na definição de suas trajetórias, tráfegos e afectos. sintetiza diversas condições de movimento: a realização de uma tarefa específica, um passeio de lazer, a participação em um acontecimento em curso e ainda, a pausa.

 

de natureza híbrida, ‘o lugar mais longe daqui’ tem o interesse em entender, através da dança, as várias possibilidades de um trajeto, seja em seu fluxo e intensidade, seja em sua estrutura arquitetônica: o cenário, a velocidade, o tempo, o meio de transporte utilizado e os afluxos que o habitam, o que cada um escuta, como se fosse possível ouvir à todos. é o lugar, tomado em toda a sua potência elástica e sua habilidade única de estar constantemente a adapta-se às necessidades do movimento. a peça é concebida para ser apresentada em espaços abertos e se trata de um trabalho adaptável ao clima, a temperatura e ao ambiente que ele se propõe a estar, caminhando.

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